Por que as TICs interessam ao professor e qual o impacto delas nas práticas pedagógicas? Vamos entender as formas para que os professores se apropriem desses meios e recursos e enriqueçam a qualidade das suas aulas.
Na década 1960, McLuhan propôs a ideia de uma comunicação global, foi precursor nos estudos midiológicos, criou o termo “aldeia global” após perceber que instrumentos como o rádio, telefone e televisão impactavam na comunicação das pessoas. Ele observou que esses aparelhos eletrônicos ligavam pessoas de todo o planeta e permitiam a disseminação de uma quantidade absurda de informações. Esses instrumentos tecnológicos observados evoluíram e o professor sente os reflexos dessas mudanças quando se depara com novos aparelhos eletrônicos e/ou novas forma de se comunicar.
Com a chegada do computador e da internet na escola, presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade, escrita e na imagem. Como exemplo, podemos citar os textos imagéticos presentes no Youtube, através dos quais nos apropriamos da comunicação por meio das imagens em movimento.
A sociedade se estabelece em vínculos particulares que são chamados de culturas, assim tivemos por muitos séculos o predomínio da cultura oral, na qual a essência da comunicação se dava por meio do contato oral e necessariamente presencial. Logo após, passamos por um longo período da cultura letrada, no qual tínhamos o texto impresso. E, nessa sociedade em rede, as novas TICs apresentam outras formas de comunicação, hoje voltadas para o audiovisual. Esse novo ato de comunicação é marcado pelos instrumentos que permitem a geração de mensagens e conteúdos usando o áudio, a imagem estática, o movimento e o texto escrito, inclusive, textos em que todos esses canais estão presentes, por exemplo: os simuladores educacionais, os vídeos disponíveis na web, softwares educativos, etc.
A visão de ensino conhecida como tradicional, perde espaço para a nova sociedade da informação na qual estamos e a preocupação da escola é tornar essa sociedade em uma sociedade de aprendentes, ou seja, de conhecimentos. Neste cenário, o professor assume um novo perfil ao entender que o seu aluno, através do uso das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) potencializa o processo de aprendizagem quando faz uso e interpreta com clareza as novas linguagens presentes nessa teia global. Espera-se que seja perfil do professor conhecer e dominar as tecnologias aplicadas à educação e que essas novas linguagens presentes na hipermídia possam ser instrumentos de troca de informações e disseminação do conhecimento.
Essa ideia nos faz pensar em um novo ambiente escolar, em novas formas de ensinar e aprender, nas quais a tecnologia não seja subutilizada e a informática educativa ganhe espaço dentro da escola por meio de projetos transdisciplinares de pesquisa e aprendizagem. Estes projetos devem ser planejados pelo professor da área específica, que conhece o conteúdo a ser explorado, pelo professor de informática educacional que por sua vez conhece um grande número de ferramentas/softwares educativos em diferentes aplicações e facilita o processo aluno-computador e, por fim, a equipe pedagógica, gestora de todo este processo.
É esperada do professor a competência de usar as TICs como ferramentas de busca e construção do saber e não como ferramentas de conclusão do conhecimento, pois esse é papel do professor. As novas tecnologias não substituirão o importante papel do professor, bem como não diminuirão o seu esforço em buscar aprender cada vez mais: elas trazem novas formas de se chegar ao conhecimento, este por sua vez mais prazeroso, interativo e transversal.
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